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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Dilma e o Diálogo com os Movimentos Sociais - Um depoimento - Paulo Vinícius Silva

Estive a 13 de agosto no Diálogo que a Presidenta Dilma abriu no Palácio do Planalto com os movimentos sociais. Sendo da direção da CTB, fui parte da representação dos Trabalhadores. Estavam lá lutadores e lutadoras de uma grande diversidade de movimentos. Trabalhadores e trabalhadoras, o movimento de mulheres, o movimento negro, quilombola e dos povos tradicionais, indígenas, os trabalhadores sem teto e da luta por moradias e os estudantes secundaristas, universitários e pós-graduandos. Naquele momento, cerca de 200 pessoas estiveram cara a cara com a Presidenta da República. E ela registrou sua emoção diante do calor e da solidariedade dos movimentos sociais mais importantes do Brasil. Dilma sequer usou palanque, estávamos ali com ela, olhos nos olhos.

E eu a observei atentamente. Muito mais magra,  mais bonita, todavia não esconde o peso, a pressão imensa a que está submetida. Isso se vê no olhar, pela dureza do embate. Mas entre os movimentos sociais, com esse carinho, Dilma estava à vontade.

O lugar mais importante da República, símbolo do poder Executivo viu-se tomado pelos homens e as mulheres do Povo. Isso é um vislumbre do que pode ser a Frente Ampla, Democrática e Popular em Defesa do Brasil. A partir de Lula, o povo vivenciou um período de ampla liberdade e diálogo com os movimentos sociais. Nessa ocasião histórica, cerca de dez falas foram ouvidas dos representantes das entidades. Por um lado, a crítica ao golpismo das forças conservadoras e de apoio à Legalidade e à Democracia.  Mas também apresentaram suas críticas.

Isso permitiu uma interação não prevista, mas que dirigiu o ato. Afinal, os líderes não apenas falaram, mas as pessoas ali representadas entoaram suas palavras de ordem, das lutas de seus movimentos, cada uma com um canto, um jeito de gritar. Dilma, os ministros e parlamentares viram no Palácio do Panalto os gritos das reivindicações mais sentidas dos movimentos sociais brasileiros.  "Não vai ter Golpe", Pré-Sal Para a Educação, poder para as mulheres, luta contra a violência estatal nas periferias, liberdade na comunicação, emprego e salário, #ForaCunha. Todos pediam uma aposta e uma qualificação do Desenvolvimento. O povo disputa a orientação econômica do projeto de desenvolvimento e o próprio ajuste, e Dilma escutou.

Num palácio de onde, num passado recente, se decidia pela via e a morte das pessoas para sufocar a democracia, vemos ele hoje tomado por os representantes do povo com acesso direto à Presidência.
Temos pela primeira vez uma República que incorpora a totalidade do povo. Um Estado ativo em promover a inclusão social e o Trabalho.Direitos, à Casa, ao trabalho, ao aumento com ganho real no salário, à expansão da Educação Superior e de Pós Graduação, inclusive no Exterior, venceu a fome pela pobreza e ampliou a cobertura da saúde básica assegurando a presença de médicos e uma equipe em cada município brasileiro.

Então é de estranhar que aquela que potencializou a recomposição da estrutura do Estado, ampliando o potencial de combate aos crimes financeiros e à lavagem de dinheiro, aquela mulher que não foi sequer citada com qualquer coisa que pudesse levar a crime de responsabilidade para o atual mandato, logo ela, que é a mais isenta, Dilma, tem sido crucificada, de modo muitas vezes injusto. É admirável a força da mulher. Quando a encontramos, percebemos isso. Uma mãe e avó, que lutou desde a Ditadura, que saiu viva de suas torturas, uma mulher técnica, competente, determinada, nacionalista e democrática dirige o Brasil. E ela se mostrou ali, e disse: tenho lado, fiquem tranquilos.

E ela ouviu os movimentos dizerem coisas duras e cobranças olho no olho, e emitiu respostas para uma, e outras não. Mas anotava ela mesma muita coisa, enquanto falavam os presidentes das entidades nacionais. Falavam inclusive da destruição envolvida no Projeto de Desenvolvimento.Foi de fato um diálogo, e os movimentos atropelaram o cerimonial muitas vezes. Na verdade, o cerimonial buscou não atrapalhar, mas havia um acordo de condução direto, entre os Movimentos e Dilma Roussef. O evento foi  uma das mais belas páginas da nossa vida democrática recente, o que mostra os avanços que tivemos na participação popular. O povo hoje pode olhar para a Presidenta e dizer: porque não faz o ajuste nos lucros exorbitantes e na sonegação dos mais ricos? E foi dito.

Quanto à política, Dilma lembrou de uma carta que o Papa Francisco lhe enviou na Copa do Mundo, e que dizia sobre três virtudes que vem do Esporte: Trabalho, Cooperação e saber perder e ganhar. Ela foi incisiva: a centralidade do trabalho e da retomada do crescimento. A união de forças para enfrentar a crise que é uma travessia, porque o Brasil tem bala na agulha e pode fazer a travessia e fazer melhor adiante. E por fim, que é preciso os adversários respeitarem as regras do jogo democrático, a democracia não admite perseguições e conspirações golpistas. Há que se respeitar o resultado, e honrar os adversários. Não é protesto legítimo a ofensa brutal e sexista.Não é normal a intolerância e o ódio é inaceitável por bombas, isso não representa o legítimo protesto social, nem representa o Brasil. Chocou a ela e ao Brasil as ofensas dirigidas à estudante potiguar, filha de agricultores, que teve acesso ao ensino superior em Medicina, e que ao dar depoimento sobre o Mais Médicos, foi agredida e ameaçada brutalmente por  elitizado da juventude que abraçou o fascismo, na prática.

Dilma teve uma reunião anterior com os movimentos e esteve neste ato público que é parte de uma série de de atividades de apoio ao seu governo e à estabilidade democrática e de discussão sobre os problemas brasileiros e como superá-los. Há um novo Brasil a ser engajado nessa tarefa. O diálogo proposto pela Presidenta já chegou no Senado, nos Governadores, nos movimentos sociais, nas associações empresariais e de imprensa, às mulheres camponesas que acorreram aos milhares para reunir-se com Dilma. E antes a Presidenta se reuniu com mais de 3 mil pessoas e o Governador comunista do Maranhão, Flávio Dino.

O governo não cessou de captar investimentos externos. Os programas sociais estão todos de pé. O Pré-Sal - a despeito de toda a sabotagem - progride dia após dia na exploração do Petróleo Nacional. E a flexão na economia - juros que tem de baixar - pode permitir um novo momento econômico. Resta saber se a diretiva de redução do superávit e de volta de recursos para a educação terá eco na redução da taxa de juros, hoje o maior entrave ao desenvolvimento, e fator de empobrecimento da maioria dos brasileiros.

Dilma deu demonstrações de que pode conduzir um novo momento, e na prática, saiu de uma situação de isolamento e incomunicabilidade. Está mais magra e muito dedicada a comunicar suas iniciativas. Esse movimento inicia um novo ciclo de recuperação da capacidade de comando da Presidenta. Seu mandato começou de verdade agora.

E uma questão inevitável se impõe às forças políticas progressistas, o campo nacionalista, democrático e popular: como construir uma ampla frente que assegure o suporte à democracia e a luta por mais direito e avanços? Aquele plenário mostrou a importância de levar adiante uma ampla corrente por todo o Brasil, porque o povo, unido, jamais será vencido.

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