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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

PCdoB divulga nota de repúdio sobre atentados na França - PCdoB. O Partido do socialismo.

PCdoB divulga nota de repúdio sobre atentados na França - PCdoB. O Partido do socialismo.

O Partido Comunista do Brasil repudiou os
acontecimentos ocorridos na França, há alguns dias, que provocaram a
morte de uma dezena de jornalistas do semanário Charlie Hebdo. Em
nota, a direção nacional do PCdoB afirma que “os atentados
desencadearam uma série de outros incidentes, como ataques a mesquitas
no interior da França e tiroteios nos subúrbios de Paris. Expressamos
neste momento de dor nossa solidariedade aos familiares das vítimas”.

Charlie Hebdo 
Atentados na França.


Ainda segundo o texto, “os motivos que levaram aos atentados
vão além de um ataque à liberdade de expressão e de imprensa, de um
lado, e de desrespeito à fé muçulmana, de outro”.



Confira a nota do Partido na íntegra:







Pela paz, pela liberdade de expressão e de culto religioso,

contra o terrorismo e as agressões imperialistas



O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) vem a público expressar seu
repúdio aos atentados terroristas ocorridos há alguns dias na França,
contra a sede do semanário Charlie Hebdo e um supermercado, que
levaram à morte mais de uma dezena de pessoas e deixaram outras em
estado grave. Os atentados desencadearam uma série de outros incidentes,
como ataques a mesquitas no interior da França e tiroteios nos
subúrbios de Paris. Expressamos neste momento de dor nossa
solidariedade aos familiares das vítimas.



Os motivos que levaram aos atentados vão além de um ataque à liberdade
de expressão e de imprensa, de um lado, e de desrespeito à fé muçulmana,
de outro. Os motivos também são reflexos da complexa e latente crise
econômica e social pela qual passam a França e os demais países
europeus, parte da crise capitalista mundial, e das políticas de
ingerência e agressão a países soberanos.



Com o agravamento da crise econômica, as forças de extrema-direita,
xenófobas e racistas, têm ampliado suas críticas e ações contra os
imigrantes, particularmente aos de origem mulçumana, que na França
superam os 6 milhões. Os imigrantes são em geral procedentes de antigas
colônias e de países que sofreram com agressões nos últimos anos, vivem
nas periferias dos grandes centros urbanos, sem acesso aos serviços
públicos e sofrendo diversos tipos de discriminação, como proibição do
uso de suas roupas e de construção de seus templos.



O Estado francês tem se notabilizado por uma política
neocolonialista-imperialista contra nações soberanas. Nos últimos anos
destacamos o caso da agressão militar à Líbia, o apoio a grupos
terroristas fundamentalistas na Líbia e na Síria, além de intervenção em
outros países africanos. Nos casos da Líbia e da Síria, o Estado
francês, ao lado dos EUA e de outros países da Otan, da Turquia e das
petromonarquias do Golfo como a Arábia Saudita e o Catar, apoiou e vem
apoiando esses “rebeldes”, como a mídia monopolista e os governos
franceses de Sarkozy e Hollande já chamaram os milicianos de grupos como
a Al Qaeda e o Estado Islâmico. Agora, hipocritamente, depois de
apoiá-los e financiá-los quando lhes interessou, os transformam em
pretexto para a restrição de liberdades civis na Europa e para uma
reedição da “guerra global contra o terror” lançada pelo presidente dos
EUA, George Bush. As mesmas medidas antidemocráticas de espionagem e
subversão de direitos civis adotadas após o 11 de setembro nos EUA agora
são reclamadas pelo governo francês e por outros governos europeus.



Os ataques contra o semanário Cherlie Hebdo na França, se dão em
um momento em que a maioria da população repudiava as agressões à Síria e
onde o parlamento francês acabara de anunciar apoio ao reconhecimento
do Estado da Palestina. As consequências destes atos são o fomento do
clima de tensão e fortalecimento dos grupos de extrema direita e
anti-islâmicos existentes na França e por toda a Europa, fragilizando o
convívio entre os povos, fomentando a xenofobia, o racismo e a
intolerância.



O PCdoB condena todas as ações que levem ao fortalecimento de grupos de
extrema direita, anti-imigrantes e anti-islâmicos. Alerta para o risco
de instrumentalização de um sentimento de comoção para apoio a políticas
belicistas e xenófobas, que alimentam o crescimento da extrema direita
na França e na Europa. Um exemplo disto foi a participação do
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, acusado por terrorismo
de Estado contra o povo palestino, na manifestação realizada no último
domingo.



Foram os partidos de esquerda e os movimentos sociais da França que
convocaram manifestações pela paz e em solidariedade às vítimas, e em
defesa da liberdade de expressão, manifestações estas que foram
apropriadas pelos dirigentes imperialistas europeus e pela mídia
monopolista, como na marcha de sábado passado. É preciso lembrar que há
poucos meses, na mesma capital Paris, foram proibidas manifestações de
solidariedade às milhares de vítimas de Gaza, Palestina, mortas e
feridas pelos ataques terroristas do Estado de Israel aos palestinos de
Gaza.



Nada justifica o assassinato de civis inocentes, na França, na
Palestina, no Afeganistão, no Iraque, na Líbia, na Síria, na Nigéria e
em nenhum país do mundo. No dia seguinte aos atentados em Paris,
atentados terroristas mataram centenas de pessoas em Baga, na Nigéria,
entretanto não tiveram destaque na mídia monopolista, nem houve campanha
internacional em solidariedade às vítimas. Nos somamos à indignação
contra todos esses atos terroristas e afirmamos que estaremos atentos
aos desdobramentos dos acontecimentos.



No entanto, a forma efetiva de combater ditos crimes passa pela defesa
da paz, da soberania dos povos, do desenvolvimento econômico e social, e
do Estado laico; passa pela ampliação das liberdades democráticas, dos
direitos econômicos e sociais, pelo desenvolvimento de políticas
orientadas aos imigrantes, que devem ter plena cidadania e igualdade de
direitos e oportunidades nos países que escolhem viver e trabalhar. Para
isso também é preciso o respeito e a tolerância com os diferentes
credos e cultos religiosos. E principalmente, por um fim às políticas
neocoloniais e de agressão imperialista aos povos.



Renato Rabelo – Presidente Nacional do PCdoB

Ricardo Alemão Abreu – Secretário de Relações Internacionais do PCdoB

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