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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Edilson Fialho: Movimento social; espaço para a disputa política - PCdoB. O Partido do socialismo.

Edilson Fialho: Movimento social; espaço para a disputa política - PCdoB. O Partido do socialismo.O congresso do PCdoB é sempre um momento muito rico para o Partido, especialmente pelo estimulo ao debate partidário demonstrando uma segurança programática, uma valorização da militância e o caráter coletivo sobre as definições de nossa política e de nossa estrutura organizativa.
Por Edilson Cavalcante Fialho*

Por esta razão aproveito este espaço e a conjuntura política apresentada na tese para propor uma maior reflexão em torno de uma concepção mais ampla sobre espaços de disputa do poder e da hegemonia política. Chamo à reflexão para o papel das entidades do movimento social e suas atividades como espaços importantes para a acumulação de força para objetivos mais imediatos, como o crescimento dos resultados eleitorais, mas também importante num sentido de construção mais tática do NPND e de uma alternativa socialista.

Precisamos compreender que a dimensão do poder político é um conceito amplo, vai além das estruturas oficiais do estado, aqui incluo o movimento social, suas campanhas e suas estruturas representativas como espaço de disputas políticas importantes na construção da correlação de forças da sociedade, sendo assim essencial para os comunistas neste atual momento histórico. Mesmo compreendendo a estratégia de elevar hoje a batalha eleitoral como a principal trincheira de luta brasileira.

Nesse sentido temos que ter a clareza de que não há contradição no fortalecimento partidário e sua estratégia eleitoral. No entanto, o que devemos perceber é que numa matemática simples o não fortalecimento do partido, neste que é um espaço privilegiado de dialogo constante com o povo, leva ao seu enfraquecimento e diminuição de seu potencial eleitoral, visto que o êxito nas urnas se dá, em especial, pelo reflexo da intervenção cotidiana nas lutas sociais onde se oportuniza ao povo enxergar os comunistas como legítimos representantes de suas reivindicações e o PCdoB como uma organização que possa acolher os lutadores do povo em suas fileiras.

Este não é um debate novo e ele não acaba em si mesmo, e também não se resume a uma forma utilitarista dos movimentos, este é um tema vivo em um organismo que se propõem a ser o partido do proletariado, que sua existência está intrinsecamente ligada à tarefa de organizar o povo para construção de outra sociedade. É por se tratar de um tema que permeia nossos debates que este é um texto que dialoga com diversas opiniões que encontramos no cotidiano da organização partidária, e aqui faço registrar minha opinião, por acreditar que existe um longo caminho a avançar sobre esta pauta.

Importante registrar os avanços nacionais que o partido tem tido na compreensão da importância da frente de massas. A constituição do Fórum de Movimentos Sociais do PCdoB, a realização de encontros de diversas áreas, a construção da CTB, a criação do Barão de Itararé e do Cebrapaz, a participação destacada nos movimentos de juventude a partir da ação dos jovens comunistas na UJS e outras iniciativas são conquistas que não podem ser menosprezadas, pelo contrario, devem ser valorizadas e destacadas no registro do atual momento do nosso partido. Porém, estas são conquistas e tarefas que ainda carecem de ser abraçadas pelo coletivo partidário, em especial pelos núcleos dirigentes.

A demonstração do entendimento do papel dos movimentos sociais na disputa política se faz com ações praticas que vai desde tornar esta uma pauta mais constante nos principais fóruns partidários de elaboração e decisões políticas, o destacamento e o estimulo à permanência na atuação na frente de massas de uma parcela dos principais e experientes quadros do partido, investimento estrutural, promoção para o quadro dirigente daqueles que atuam na frente de massas e oportunizando aos mesmos a tarefa de representar o partido na disputa eleitoral, permitindo uma melhor contribuição desta frente para o êxito eleitoral e possibilitando aos seus militantes a projeção enquanto lideranças da sociedade e a percepção de que o movimento social é essencial para a disputa política. Entendendo assim um caráter mais estruturante desta frente na disputa ideológica da sociedade são condições sine qua non para avançarmos em nossa atuação.

Aliado a estas necessidades, precisamos perceber o entrelaçamento entre a atuação no movimento social e a posição de classe do partido e o seu caráter revolucionário. Dificilmente poderemos afirmar que neste momento de mais democracia e participação mais aberta dos comunistas na vida política brasileira, o caráter proletário do PCdoB não passa pelo seu enraizamento no cotidiano da luta do povo.

Aos comunistas é dado um grande desafio, de compreender o atual momento conjuntural e não permitir nenhum retrocesso, ao mesmo tempo conquistar mais avanços sociais, rupturas estruturais e fortalecimento de um estado que permita a implementação de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Isto só será possível se melhor nos posicionarmos na correlação de forças, por isso não podemos simplificar a correlação de forças ao numero de deputados e prefeitos, também há de se entender que a correlação de forças passa pelo numero de sindicatos e a quantidade de trabalhadores representados, que passa pelo seu posicionamento no movimento estudantil, que em diversos momentos se coloca entre as principais trincheiras da luta política, entendendo que passa pela capacidade de mobilização do povo nas suas diversas frentes de atuação. Estes são importantes elementos para avaliar a correlação de forças.

Volto então ao raciocínio de que o movimento social deve ser introjetado no subconsciente partidário como sendo um importante espaço de poder para os objetivos imediatos, mas também para os objetivos mais táticos, portanto, temos uma necessidade de radicalizarmos mais no acompanhamento e iniciativas do partido no que tange a participação dos comunistas no movimento social brasileiro.

*Edilson Cavalcante Fialho é Militante do PCdoB no Ceará.

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