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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Fundação Maurício Grabois :: João Carlos Haas Sobrinho: homenagens ao médico guerrilheiro (Notícias)

Fundação Maurício Grabois :: João Carlos Haas Sobrinho: homenagens ao médico guerrilheiro (Notícias)
O último domingo (30) marcou os 40 anos da morte de João Carlos Haas Sobrinho, médico, combatente da Guerrilha do Araguaia e vítima da ditadura. Durante o fim de semana, parentes, amigos e admiradores se reuniram para reverenciar este herói nacional.
Na manhã de sábado (29), no novo Centro Administrativo do Município de São Leopoldo (RS), em frente ao busto do Dr. Juca - apelido do médico durante a guerrilha -, o Movimento Nacional dos Direitos Humanos (MNDH) prestou sua homenagem. A família e amigos de João Carlos, além de militantes de seu partido e dos direitos humanos fizeram questõa de comparecer.
Leia aqui artigo de Sônia Haas sobre seu irmão, João Carlos Haas Sobrinho: "Filho de São Leopoldo, filhos do Brasil"
“Eu via ele como uma pessoa incapaz de matar uma formiga. Mas ele já achava que a solução viável para combater a ditadura era a guerra civil”, conta Marco Aurélio Bemvenuti, 69 anos, amigo de juventude do guerrilheiro.
“A lembrança que tenho dele é de uma criança muito tímida, mas também muito inteligente”, recorda a prima Maria Luíza Linck. No mesmo dia, o médico foi homenageado ainda no Museu Histórico Visconde de São Leopoldo, quando o diretor, Márcio Linck, recebeu de Sônia Maria Haas, irmã de João Carlos, um álbum digital com fotos, documentos e curiosidades relacionados a João Carlos.
Na sexta-feira (28), um ato no Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul (MUHM) também exaltou a memória de João Carlos Haas. O médico Bruno Costa, que foi colega do guerrilheiro, manifestou-se contra atos como os praticados na ditadura, em que adversários políticos eram tratados como inimigos. "A partir do AI-5 nenhuma outra opção de luta se apresentava. A crueldade da ditadura tirou a vida de milhares de nossos jovens, obstruiu os caminhos normais e democráticos", lamentou o médico.
O presidente do Centro Acadêmico Sarmento Leite – que completa 100 anos - Artur Píccaro, ressaltou a importância de reverenciar o guerrilheiro. “A chance de homenagear Haas Sobrinho nesses 100 anos de história é muito importante para nós como Centro Acadêmico. É uma honra conhecer familiares de pessoas que definitivamente representam o verdadeiro espírito acadêmico", disse o Píccaro, que entregou uma placa homenageando o médico.
"Um exemplo"
Entre os familiares e amigos do médico João Carlos Haas Sobrinho, estiveram presentes as irmãs Tânia, Elena e Sônia, que também entregou ao museu um álbum denominado "Nenhum sacrifício terá sido em vão", com fotos, histórico e documentos do médico desaparecido no Araguaia em 30 de setembro de 1972.

Sônia Haas falou das emoções, da angústia da família e do processo de valorização e preservação da memória do familiar e das tratativas com relação à busca por mais informações do Estado sobre o caso. "É algo que é mais forte que a dor, mais forte que a saudade: o momento em que passamos a nos sentir mais como cidadãos brasileiros, que acho que é o que todos vieram fazer aqui hoje. Estamos aqui cumprindo um dever de cidadãos, temos uma série de outras histórias esquecidas nessa jornada", disse Sônia.

Segundo ela, a trajetória de João Carlos é exemplar. “Ele seguiu por um caminho de busca  de um ideal. Fez um trabalho muito bonito, com marcas indeléveis, que encontramos até hoje por onde em passou. [É preciso] mostrar esse exemplo, para que as novas gerações conheçam e para que tudo isso não tenha sido em vão”, afirmou.
Breve biografia

Em 1963, enquanto cursava Medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), João Carlos Haas Sobrinho foi eleito presidente do Centro Acadêmico Sarmento Leite. Após o golpe militar, teve a matrícula cassada ao ser preso pelo Departamento de Ordem Política e Social (Dops) por ser militante de esquerda. Após liberado, a Ufrgs voltou atrás e Haas se formou.
Em 1966, integrou o terceiro grupo de brasileiros ligados ao PCdoB que foram para a China, fazer treinamento de guerrilha. No ano seguinte, de volta ao Brasil, instalou-se no sul do Maranhão, na cidade de Porto Franco, onde abriu um hospital para atender à população da região, carente de assistência.
Em 1969, deixou Porto Franco e rumou para a região do Araguaia, onde, além de medicar crianças e doentes do lugar, atuou como comandante-médico dos grupamentos armados que formariam a guerrilha no Araguaia.  30 de dezembro de 1972, morreu em combate contra fuzileiros navais do Exército Brasileiro no Pará. Até hoje, é dado como desaparecido pelo Exército.

Com Jornal Vale dos Sinos e Museu de História da Medicina do Rio Grande do Sul

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