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terça-feira, 12 de junho de 2012

UnB: Olhando para o futuro - Volnei Garrafa - 30/04/2012

Brasília e o país comemoram os primeiros 50 anos da Universidade de Brasília. Nessas cinco décadas mudou o mundo, como também mudaram o Brasil e o Distrito Federal. O Brasil deixou para trás o país rural de 60 milhões de habitantes e hoje é a 6ª economia do planeta, com quase 200 milhões de habitantes em busca de cidadania. Nesse meio século, a transformação da geopolítica brasileira decorrente da transferência da capital para o Planalto Central foi fator decisivo na criação e consolidação da Universidade de Brasília.

Em 22 de abril de 2012, data do início do segundo período de 50 anos a ser vivido pela UnB, o contexto é de reforço de políticas educacionais para democratização do acesso ao ensino superior, com quantitativo de vagas condizente com a demanda da população, bem como ampliação e melhoria do sistema nacional de pós-graduação. O contexto é também de reforço na política de Ciência, Tecnologia e Inovação. A UnB, com sua história de compromissos públicos e competência técnica, precisa atuar afirmativamente frente ao desafio da modernidade. Da UnB se espera ação inclusiva e cidadã através de políticas concretas para seus campi e disseminação democrática e participativa de seus conhecimentos para além do Distrito Federal.

Educação, Ciência e Tecnologia estão entre as principais fontes impulsionadoras das transformações de uma sociedade. A UnB é parte ativa nesse processo modernizador que se traduz no aumento significativo da produção acadêmica. Nesse período, a Ciência brasileira passou de uma produção científica pouco expressiva para a 13ª posição mundial na produção de novos conhecimentos, alcançada pelo significativo número e qualidade de publicações científicas em revistas internacionalmente reconhecidas. Quando a educação e a pesquisa científica, e os avanços sociais delas decorrentes, já superaram o discurso retórico e se tornaram realidade, somos levados a nos inquietar com o futuro: como garantir o salto qualitativo?

Olhando para o futuro, é necessário construir uma política interna e externa que valorize a educação, a ciência e a tecnologia, fundamentada na autonomia, rompendo as amarras que dificultam a inserção da Universidade de Brasília no cenário nacional e internacional. Adesão aos programas federais de incentivo e indução na área, tais como o Ciência Sem Fronteiras, pode ser parte da resposta da UnB. A disponibilização do seu maior patrimônio, professores, servidores técnico-administrativos e alunos de graduação e pós-graduação, vem acompanhada de um projeto: conduzir a instituição para a obtenção de respostas eficazes requeridas pelos projetos estruturantes do país.

Olhando para o futuro, onde não há garantia de espaço e de reserva de mercado, a UnB, ciosa de sua história de vanguarda, apresenta-se para ocupar o seu lugar. E fará isso com sua reserva moral e capacidade de responder aos problemas apresentados pela sociedade, e com ela construir soluções factíveis e duradouras. A Universidade tem como missão vincular suas pesquisas básicas e aplicadas ao processo de Produção & Desenvolvimento e Inovação, à produção de bens e serviços e à distribuição social de suas riquezas.

Olhando para o futuro neste segundo milênio de grandes mudanças tecnológicas que invadem nosso cotidiano, um grande desafio da UnB é como formar massa crítica competente, criativa e empreendedora. O que parece uma provocação pode ser na realidade a oportunidade de recuperarmos o tempo perdido. O modelo atual das Universidades em todo o mundo é milenar e tem mudado de forma muito lenta, ou seja, de forma oposta aos acontecimentos das últimas décadas. O ensino a distância e as novas metodologias educacionais, por exemplo, ganharão espaço jamais concebido.

É preciso mais do que nunca incentivar os alunos a serem inovadores e empreendedores. Com soberania, a Universidade precisa se conscientizar que não se basta, não é auto-suficiente e precisa, para melhor formação de seus estudantes, interagir com o mundo exterior, dos empreendimentos, serviços etc. Nossos alunos devem ser estimulados a criar novos conhecimentos dentro e fora da Universidade. Formar massa crítica significa também aproximar os alunos para uma das grandes missões da Universidade, que é a de ser centro de novas idéias.

Olhando para o futuro, as gestões acadêmicas da UnB deverão procurar cada vez mais a eficiência, profissionalizando a administração, promovendo coesão e construindo consensos internos. A UnB do segundo cinquentenário deverá ser uma instituição ainda mais viva, ousada e vibrante, capaz de superar seus próprios limites e entraves burocráticos com criatividade, persistência e determinação. Vocação ela já comprovou ter. Trata-se, agora, de lançar bases sólidas para a construção de uma nova era, comprometida com o saber, com a ciência e tecnologia, com as políticas públicas, com a sociedade brasileira e com o futuro do Brasil.

Olhando para o futuro, reconhecendo que o mundo se transforma rápida e constantemente, vislumbra-se um novo modelo de universidade. Será que a reconheceremos nas comemorações do centenário? Essas transformações podem surgir por vias intrínsecas ou extrínsecas, e certamente mudarão o mundo da ciência, do trabalho e da formação profissional. Preparar-se para enfrentar esses novos e desconhecidos desafios deve ser a premissa da universidade de Brasília, historicamente uma Universidade de vanguarda.

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