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domingo, 31 de julho de 2011

Editorial do Vermelho comenta recusa de centrais a convite do Ministro Pimentel

Portal Vermelho .:: A Esquerda Bem Informada ::.
Um fato inusitado e bastante significativo marcou durante a semana passada a relação entre o governo e as centrais sindicais. Cinco delas, a CTB, a Força Sindical, a NCST, a CGTB e a UGT recusaram convite do governo, feito pelo ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, para reunião na próxima terça-feira, 2 de agosto, em Brasília, para tomarem conhecimento da nova política industrial que será anunciada no mesmo dia pela presidente Dilma Rousseff.

A motivação das centrais é mais do que justa. Elas não querem apenas participar de uma solenidade e aplaudir medidas que desconhecem.

Há meses essas organizações sindicais estão levantando o debate sobre o grave problema da desindustrialização do país, alertando o governo para a necessidade de adotar medidas capazes de conter a invasão do mercado brasileiro por produtos industriais importados.

Reivindicam a ação do governo, principalmente por meio da intervenção sobre a taxa de câmbio, contrariando um dos dogmas da concepção neoliberal que defende o “câmbio flutuante”. As autoridades se recusaram a discutir com os trabalhadores, preferindo render vassalagem ao “deus mercado”, as grandes corporações do capital financeiro.

Mais grave ainda, a concepção dessas autoridades e, no caso da política industrial, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, é de que o gargalo principal ao desenvolvimento industrial do país e de sua competitividade internacional radica no chamado “custo Brasil”. É a mesma concepção da grande burguesia e do conjunto das classes dominantes. A conseqüência, sacada por automatismo, é a adoção de medidas contrárias aos direitos dos trabalhadores, através da chamada “desoneração” da folha de pagamentos.

É necessário e inadiável combater os problemas que estrangulam o desenvolvimento industrial brasileiro. Os trabalhadores já emitiram sinais, embora o governo não se tenha dado ao trabalho de chamá-los para uma discussão objetiva, de que estão dispostos a apoiar medidas para baratear a energia e a infraestrutura, reduzir a carga tributária e adotar estímulos ao emprego e à produção interna, além de enfrentar o mencionado problema cambial. Mas não podem, como é óbvio, aceitar o ônus que representaria a adoção de políticas lesivas aos direitos trabalhistas e sociais.

O debate envolve questões de fundo, por isso não pode ser feito de afogadilho e o contato com as entidades sindicais não pode ser protocolar. Como parte da base social que apoia o governo da presidente Dilma, é auspicioso que as centrais sindicais queiram fazer ouvir suas opiniões, principalmente quando se tratar de decisões que afetem o emprego e a sobrevivência da indústria nacional.

O diálogo com o governo pressupõe plena autonomia sindical e o engajamento das centrais antes de tudo com os interesses dos trabalhadores. Não é salutar o sindicalismo chapa branca, em que a representação sindical degenera numa corrida sem princípios para ocupar postos oficiais. Centrais sindicais existem para lutar pelos direitos dos trabalhadores e pela formação de sua consciência de classe.

A dimensão da luta é insubstituível na ação sindical. É indispensável a constante ativação do fórum das centrais, a mobilização permanente dos trabalhadores através das jornadas de luta e da atuação em frente-única com os demais setores populares no âmbito da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS).

Do governo, espera-se que as políticas adotadas respeitem os direitos sociais e mobilizem as energias do país por um projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho.

sábado, 30 de julho de 2011

Coletivizando outra vez: Rumo ao encontro de jovens trabalhadores da CTB - Portal Vermelho

Rumo ao encontro de jovens trabalhadores da CTB - Portal Vermelho
19 DE MAIO DE 2009 - 15H38

Paulo Vinícius *

Nos dias 23 e 24 de maio a CTB (Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil) realizará o seu 1º Encontro de Jovens Trabalhadores em Atibaia, São Paulo. Sua realização pode lançar luzes sobre um desafio dos mais relevantes: renovar as formas e atrai

Tal empreitada não é simples. Ressentimo-nos todavia das consequências de quase 20 anos de hegemonia das ideias individualistas, cujo corolário é a negação das respostas coletivas e a consequente esterilização do que é mais característico da condição juvenil: seu papel transformador. E para além da pressão das forças de direita, agregue-se a condição minoritária do sindicalismo classista. Assim, a disposição às respostas parciais, o pragmatismo, a falta de estímulo ao empoderamento dos trabalhadores ante sua própria representação e o esposar de idéias do inimigo de classe (como negar a ação política, as ilusões corporativistas e o carreirismo) foram ossificando o movimento sindical, desmoralizando-o como efetivo instrumento de luta para milhões de jovens que se incorporam ao mercado de trabalho, mas que ocupam um lugar periférico nas direções sindicais.
Por outro lado, na juventude, em especial entre os estudantes, a onda conservadora não encontrou cúmplices à altura durante os anos 90. A UNE e a UBES, sob a direção da UJS e das forças de esquerda mantiveram em dificílimas condições a unidade do movimento e avançaram em conquistas. E os sindicalistas classistas, resistindo bravamente, não apenas defenderam suas posições, mas avançaram ao ponto de criar a CTB, mudando o roteiro de um filme que parecia ter final manjado. E esta ousadia tem mostrado seu valor, um verdadeiro terremoto no movimento, haja vista o crescimento admirável da CTB e a liberdade com que categorias-chave se reposicionam no cenário sindical brasileiro. E o auspicioso, a exemplo do movimento bancário, é que as categorias estão repletas de jovens. Esse encontro da juventude e dos dirigentes sindicais é a pedra de toque que pode fazer da CTB a central mais juvenil do Brasil.

Atrair essa juventude para a luta dos trabalhadores é fundamental para as batalhas do socialismo no século XXI, impossível sem o protagonismo destes profissionais de perfil novo, educados sob a égide da terceira revolução tecno-científica, usuários e produtores da internet e de uma gama de avanços teconlógicos, que seguem estudando, que estão nas periferias e no campo e também na vanguarda da produção de conhecimentos.
Não são apenas especificidades, mas uma tendência inescapável. Ao desenvolvimento exponencial das forças produtivas e às mudanças no perfil da classe deve corresponder a incorporação da nova geração de trabalhadores no seu movimento não apenas para a sua continuidade, mas para darmos conta do desafio civilizacional posto à humanidade, retomar a perspectiva socialista. E a urgência desta tarefa, dramatizada pelo avanço dos sinais de barbárie, é reanimada pela crise do capitalismo, pelo retumbante fracasso de seu pútrido credo, pela sua incapacidade de dar respostas aos desejos de felicidade e bem estar da juventude, porque o capitalismo não apenas penaliza em especial os jovens, mas nega-lhes o futuro.
Deste modo, aos jovens superexplorados do presente, ante seus justificados medos acerca do futuro, o sindicalismo classista pode desfraldar a alternativa socialista, recebendo, atraindo e educando a nova geração de lutadores e lutadoras, lançando hoje as sementes da hegemonia de um futuro não tão distante há pressa, há condições e há que ter audácia.
Temos muitas possibilidades, mas a maior de todas está na passagem para o movimento sindical da geração que fez o movimento estudantil e juvenil nos anos 90 e nesta primeira década do século 21. Eles e elas estão por aí, nas fábricas e nos campos, no ABC e no serviço público, no telemarketing e nos bancos públicos e privados. Pintaram a cara, elegeram Lula, conheceram a UNE, a UBES e a UJS. Resta saber se fomos capazes de indicar-lhes decididamente que a luta não acabou com a chegada à vida adulta, e que o movimento sindical não precisa ser chato nem pelego. E mais: que agora, trabalhando, podemos fazer muito mais barulho! Podemos inclusive parar o funcionamento de engrenagens centrais, fazendo calar fundo nas consciência destes trabalhadores a surpresa de outro trabalhador, tão bem descrita por Vinícius:
''Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
? Garrafa, prato, facão ?
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.''

É hora de reencontrar os amigos. Tendo assumido nosso lugar na construção da vida, na dura labuta cotidiana, confrontados com novas responsabilidades, não desaprendemos as lições mais doces tidas nas salas de aula e nas ruas. Que a indignação e a solidariedade são faces da única forma de ser verdadeiramente humano e de semear o futuro. A tarefa não está terminada, e quem melhor que os jovens trabalhadores para ensinar esta inédita lição? Procuremos os sindicatos, preparemos outra vez as mochilas, atendamos ao chamado da CTB!

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Posse do Sindicato dos Correios do DF - sábado - 30/07, a partir das 20h00 no Clube da ARCO


Com a banda CHIKITA BACANA, a partir das 20h00 no clube da Associação Recreativa dos Correios do Distrito Federal, o endereço é Núcleo Rural Casa Grande, chácara 14 gama, próximo à Asa Alimentos

quarta-feira, 27 de julho de 2011

ANP rebate acusações da Época - Portal Vermelho

ANP rebate acusações da Época - Portal Vermelho

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) repele, energicamente, as acusações feitas pela revista Época em reportagem de capa da edição de 23/7/2011. A revista veiculou falsidades e desconsiderou dados verdadeiros que já lhe tinham sido informados há dois anos. Generaliza suas aleivosias irresponsáveis e agride toda a comunidade que trabalha na Agência.

Em respeito a seus servidores e à sociedade, a ANP presta os seguintes esclarecimentos:

• Os Srs. Antonio José Moreira e Daniel Carvalho, que aparecem na gravação e foto divulgadas e foram apresentados na reportagem como “assessores da ANP”, nunca foram assessores desta Agência. Nunca foram sequer do quadro de servidores permanentes, nem ocuparam cargos comissionados que lhes permitissem representar a ANP.

Antonio José Moreira é procurador federal e foi removido por concurso para acompanhamento de processos da Agência, como ocorre em outros órgãos públicos. Daniel Carvalho foi estagiário na ANP em 2008 e depois trabalhou em prestadora de serviços à ANP, sem vínculo empregatício com a Agência.

Além disso, a revista maldosamente os apresenta como se estivessem hoje na ANP, sendo que ambos já estão fora desta Instituição há mais de dois anos.

• A Época teve acesso à gravação há mais de dois anos e enviou e-mail com perguntas sobre o assunto em 9/4/2009.

• A reportagem também não informa que, tendo tomado conhecimento em 2009 da gravação referida na matéria, um funcionário da Assessoria de Inteligência da própria ANP acompanhou a advogada Vanuza Sampaio ao Ministério Público para a apresentação da denúncia, ficando claro que a ANP estaria, como permanece até agora, à disposição para os esclarecimentos necessários.

• Essas informações, que a reportagem ignora, tinham sido fornecidas pela ANP à Época em abril de 2009.

• O ex-superintendente de Abastecimento da ANP Edson Silva interpelou judicialmente, em 2009, a advogada Vanuza Sampaio, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, através do advogado Valmir Batista, ex-presidente da seccional da OAB no Rio Grande do Sul, para que confirmasse em juízo as acusações agora veiculadas pela revista.

Em sua resposta, a advogada negou que tivesse conhecimento de qualquer irregularidade por ele praticada.

• Edson Silva afirma que jamais autorizou quem quer que seja a falar em seu nome ou fazer tratativas do tipo que a revista lhe atribui e nega que tenha havido qualquer encontro em um "café nas cercanias da sede da ANP, no centro do Rio", como consta na reportagem.

• A ANP nunca teve conhecimento de qualquer irregularidade praticada pelo ex-superintendente de Abastecimento Roberto Ardenghy.

• As insinuações feitas por Época contra o ex-diretor Victor Martins merecem também repulsa e protesto, vez que a revista Época volta a se apoiar em denúncias levantadas há anos e que foram consideradas falsas, depois de ampla investigação por uma CPI do Senado Federal.

• Ao contrário do que afirma a revista, a ANP não se exime de fiscalizar ou tolera irregularidades no mercado de combustíveis. A prova maior disso é a qualidade dos combustíveis brasileiros, que estão de acordo com os melhores padrões mundiais. Qualidade resultante do rígido controle exercido pela ANP, o qual envolve operações regulares de fiscalização realizadas em coordenação com o Ministério Público, órgãos estaduais e municipais.

• Quanto à acusação de aparelhamento político, a revista Época ignora que o quadro permanente de servidores da ANP só foi constituído na atual administração, por meio de dois concursos públicos que permitiram a contratação de mais de 650 servidores concursados. São profissionais capacitados, que servem à sociedade com dedicação e correção, não sendo merecedores do tratamento ofensivo que lhes foi dispensado pela revista.

Fonte: Assessoria de imprensa ANP

Patinhas: "PCdoB/CE terá maior projeto eleitoral de sua história" - Portal Vermelho

Patinhas: "PCdoB/CE terá maior projeto eleitoral de sua história" - Portal Vermelho

Em 2012 o PCdoB do Ceará "terá o maior projeto eleitoral dos comunistas no estado em toda sua história", afirma otimista, o presidente estadual do partido Carlos Diógenes (Patinhas). Veja a declaração exclusiva para o Boletim Vermelho da TV Vermelho em que Patinhas comenta a tática do partido em apresentar candidatos a prefeito em diversas cidades, inclusive na capital, Fortaleza.




A polêmica sobre encargos sociais e desoneração da folha - Portal Vermelho

A polêmica sobre encargos sociais e desoneração da folha - Portal Vermelho

De tempos em tempos, volta à tona a velha polêmica sobre a questão dos encargos sociais no Brasil. O tema, que já foi abordado pelo Dieese antes, polariza opiniões e constitui-se em importante divisor de águas, entre capital e trabalho, quando são discutidas alternativas de políticas de emprego e renda. As divergências refletem obviamente interesses de classes antagônicos.

Mais recentemente, o debate tem sido colocado em torno da proposta de desoneração da folha de pagamentos como forma de redução de custos das empresas e aumento de sua competitividade internacional, num cenário de forte valorização do real frente ao dólar. Uma proposta inicialmente embutida na política industrial sugerida pelo governo federal (intitulada Plano de Desenvolvimento da Competitividade - PDC) sem prévia consulta à classe trabalhadora e seus representantes.

O argumento do capital

De um lado, alinham-se os que consideram muito elevados - 102% - os encargos sociais que as empresas brasileiras pagam sobre os salários. "O Brasil tem uma elevada incidência de encargos trabalhistas sobre a folha de pagamento, ou seja, um empregado custa para o empregador duas vezes o valor de seu salário" (CNI, 1993).

Essa situação inibiria o aumento do emprego formal e colocaria o Brasil em situação desfavorável na comparação internacional. De outro, estão os que consideram que os encargos representam pouco mais de 1/4 da remuneração total recebida pelo trabalhador, argumentando que uma grande parcela do que se costuma chamar de encargo social é, na verdade, parte integrante da própria remuneração, ou seja, salário, ainda que indireto. Redução de encargos, na forma pretendida pelos empregadores, é sinônimo de redução de salários e direitos.

Mercado de trabalho

Há, também, grande controvérsia quanto ao impacto que uma eventual redução dos encargos sociais teria sobre o mercado de trabalho, em termos de nível e qualidade do emprego.

Para alguns, representantes do patronato, a magnitude e a rigidez dos encargos sociais existentes no Brasil seriam, em grande medida, responsáveis pela dificuldade de ampliação do número de empregos e pelo elevado grau de informalização dos vínculos de trabalho. O peso excessivo dos encargos sociais e a impossibilidade de sua flexibilização, em casos de redução de atividade econômica, levariam as empresas a uma atitude conservadora na criação de novos postos de trabalho ou à alternativa de utilização de mão de obra informalmente contratada.

Política macroeconômica

Para outros, que são em geral representantes da classe trabalhadora, fatores inibidores do crescimento do emprego muito mais importantes que o peso dos encargos sociais estariam situados em outra esfera, relacionada às condições macroeconômicas que dificultam o investimento e a demanda interna: altas taxas de juros, arrocho monetário, arrocho fiscal, ausência de políticas setoriais consistentes e ambiente de incerteza econômica.

Prova disso é que, após duas décadas decrescimento econômico pífio e aumento explosivo das taxas de desemprego no Brasil, a retomada de um crescimento mais sustentado, com redução das taxas de juros e ampliação do crédito como a verificada nos últimos anos, fez crescer fortemente o emprego formal e reduzir drasticamente as taxas de desemprego. A média anual da taxa metropolitana de desemprego total em seis regiões metropolitanas registradas pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) caiu de 20,8%, em 2003, para 12,3%%, em 20101. No mesmo período, quase nove em cada 10 empregos criados foram formais, ou seja, com carteira assinada.

O que é salário e o que são encargos sociais?

Nessa polêmica acerca dos encargos sociais, existem duas interpretações principais.

Uma delas tem grande aceitação entre os empresários e alguns círculos acadêmicos que exercem influência destacada sobre o pensamento empresarial. A partir de um conceito restrito de salário, chega-se à conclusão de que os encargos sociais no Brasil são elevados e atingiriam mais de 100% da folha de pagamentos. Segundo essa visão, defendida enfaticamente pelo professor José Pastore, destacado assessor empresarial, “o Brasil é um país de encargos altos e salários baixos, o que faz o trabalhador receber pouco e custar muito para a empresa". De acordo com essa interpretação, um trabalhador contratado por R$1.000,00 custaria R$ 2.020,00 para a empresa, por conta dos encargos sociais. Trata-se de uma concepção falsa de encargos sociais, criada para municiar a argumentação patronal.

A segunda interpretação, adotada pelo Dieese e por pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp), conclui que o peso dos encargos sociais é de apenas 25,1 % sobre a remuneração total do trabalhador. Por esse raciocínio, salário é a remuneração total recebida integral e diretamente pelo trabalhador como contraprestação pelo seu serviço ao empregador. Essa remuneração subdivide-se em três partes, a saber:

• salário contratual recebido mensalmente, inclusive nas férias;

• salário diferido (ou adiado), recebido uma vez a cada ano (13º salário e 1/3 de férias);

• salário recebido eventualmente (FGTS e outras verbas rescisórias).

Todas essas partes constituem aquilo que o trabalhador "põe no bolso", seja em dinheiro vivo, ou na forma de uma espécie de conta-poupança aberta em seu nome pelo empregador (o FGTS, que constitui um patrimônio individual do trabalhador).

Concepção falsa

Assim, carece de fundamento a ideia segundo a qual os encargos correspondem a mais de 100% do valor dos salários. O pano de fundo desta polêmica é a contradição e o choque entre salário e lucro. O empresário quer reduzir o valor pago ao trabalhador, direta ou indiretamente, reduzindo com isto o custo do trabalho, para maximizar os lucros. O trabalhador defende seus rendimentos, que são sabidamente modestos, e luta para ampliá-los.

O empresariado levanta a bandeira da competitividade no interior de um capitalismo globalizado em que a concorrência se acirra e enxerga competitividade como sinônimo de depreciação do valor da força de trabalho. Os trabalhadores apontam outros fatores que obstruem o desenvolvimento da indústria e restringem o potencial de crescimento, a começar pela política macroeconômica de viés neoliberal fundada no tripé juros altos, câmbio flutuante e superávit fiscal. A verdade é que o custo do trabalho no Brasil é baixo em comparação com outros países, inclusive da América Latina. Cerca de 70% dos assalariados ganham até três salários mínimos.

A intenção de reduzir encargos e salários é inaceitável para a classe trabalhadora e o movimento sindical. Na proposta do governo surgiu a idéia de redução da contribuição previdenciária e programas educacionais. Conforme observa o Dieese no documento divulgado nesta terça, 26, sobre o tema “não é razoável que se reduzam as alíquotas da Previdência Social e de programas educacionais sem que se definam fontes alternativas para o seu financiamento. É imprescindível preservar a receita da Previdência”. O movimento sindical quer ser consultado para a definição da política industrial, que não pode deixar de contemplar e incorporar o pensamento da classe trabalhadora.

Da Redação, com Dieese

Dólar cai ao menor nível em 12 anos e Mantega faz novas promessas - Portal Vermelho


Dólar cai ao menor nível em 12 anos e Mantega faz novas promessas - Portal Vermelho

O dólar caiu em relação ao real pela sexta vez consecutiva nesta terça-feira, 26, quando fechou no menor nível em mais de 12 anos, cotado a R$ 1,5388, um recuo de 0,35%, que só não foi maior devido às compras realizadas pelo Banco Central. O ministro Mantega voltou a prometer “medidas duras” contra a valorização do real, principal causa da desindustrialização da economia nacional.

Por Umberto Martins

O ministro não entrou em detalhes sobre as novas iniciativas. O governo já instituiu e elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em investimentos estrangeiros de curto prazo e adotou outras medidas paliativas para segurar o câmbio. Não solucionou o problema. Parece que as causas reais da apreciação do real, que está custando a desindustrialização da economia nacional, são consideradas “imexíveis”.

Causas “imexíveis”


A queda do dólar reflete o excesso de oferta de moeda estadunidenses na economia, provocada pela política monetária dos EUA e estimulada, internamente, pela política macroeconômica herdada do neoliberalismo tucano e ainda não superada. A desindustrialização, que avança celeremente em alguns ramos, é hoje causada, basicamente, por uma associação perversa entre os juros altos, que atraem capital especulativo para o país, o câmbio flutuante e a excessiva liberalidade frente ao fluxo de capitais.

A solução do problema pressupõe a negação de tal política, ou seja, a redução dos juros e o controle do câmbio e do fluxo de capitais, a exemplo do que faz a China e outros países. A mudança da política econômica cobra urgência, mas tudo indica que não se cogita de maior controle sobre o câmbio e os fluxos de capital, muito menos redução dos juros, que não param de subir. Os sinais emitidos por Mantega são de reafirmação desta orientação conservadora.

O jogo dos EUA

O ministro voltou a criticar a suposta “manipulação cambial” feita pela China, ao manter as cotações de sua moeda sobre rigoroso controle, sugerindo que a política mais justa é a do câmbio flutuante. Com isto, assina embaixo da acusação lançada pelos EUA contra o país asiático. Cabe indagar como se deve reagir à “manipulação cambial” feita por Tio Sam, que pratica uma overdose de emissões da moeda mundial? Escancarar a porta das economias aos capitais especulativos formados pelo dinheiro sem lastro emitido pelo Federal Reserve (FED) e deixar as cotações oscilarem ao sabor do câmbio flutuante equivale a fazer o jogo de Washington e não parece uma política muito inteligente.

Neste quadro, a política chinesa para o câmbio é uma defesa prévia contra a máquina de fabricar inflação e guerra cambial em poder do FED. E é mais sábia que a incompreensível obstinação do governo com o câmbio flutuante, um dogma neoliberal que foi incorporado à famosa Carta aos Banqueiros, digo aos Brasileiros, de julho de 2002, junto com os dois outros elementos do tripé neoliberal que orienta a política econômica: superávit fiscal primário e as mais altas taxas de juros do mundo. Uma receita para deleite da oligarquia financeira e indignação dos movimentos sociais.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Albânia: Mineiros fazem greve de fome a mil metros subterrâneos - Portal Vermelho


Albânia: Mineiros fazem greve de fome a mil metros subterrâneos - Portal Vermelho

Dezenas de mineiros da Bulqize, a maior mina da Albânia, iniciaram nesta segunda-feira (25) uma greve de fome a mil metros de profundidade, em protesto contra os baixos salários e as deploráveis condições de trabalho.

"Iniciamos uma greve de fome porque nossos problemas não foram resolvidos", disse Bahri Bajraktari, um dos mineiros. A greve de fome teve início depois de 20 dias de interrupções no trabalho e protestos diante da sede do Governo em Tirana.

Os trabalhadores pedem um aumento de 20% nos salários, a redução de 60 para 50 anos da idade de aposentadoria; a melhora das condições de trabalho; assistência médica, e a realização dos investimentos prometidas na mina.

Idade Média

"Fazemos a greve para que o governo venha ver que trabalhamos como na Idade Média (...), arriscando nossas vida", disse Sabri Kurti, outro mineiro.

Os dirigentes da concessionária que administra a mina solicitaram o reinício dos trabalhos e prometeram um aumento salarial de 10%, oferta que foi rejeitada pelos mineiros. Desde que a democracia foi instaurada na Albânia, há 20 anos, 15 mineiros já morreram e dezenas ficaram feridos na mina de Bulqize.

Fonte: Agência Efe

domingo, 24 de julho de 2011

Leia a Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB - Portal Vermelho

Excelente a publicação da Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB, que ilumina muito sobre o nosso caminho, o caminho da Classe Trabalhadora e da libertação do Brasil do imperialismo. Parabéns à equipe, em especial a Lejeune Mirhan, responsável pela compilação dos textos, pelo excelente trabalho. Agora, camaradas, é estudar e aplicar!
Paulo Vinícius


Leia a Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB - Portal Vermelho

Leia a Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB


A Secretaria Sindical do Partido Comunista do Brasil acaba de publicar a Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB. Segundo o presidente nacional do partido, Renato Rabelo, a publicação “contribuirá em muito para avançar a consciência transformadora do movimento sindical e dos trabalhadores no Brasil”. Clique aqui para ler a íntegra da revista.

“Este 4º Encontro que realizamos em Salvador, entre 20 e 22 de maio de 2011, cuja revista ora publicamos, ocorreu com imenso êxito e contou com a presença de 256 camaradas de 23 estados brasileiros”, registra o texto introdutório, assinado pelo secretário sindical do PCdoB, João Batista Lemos, e pelo secretário adjunto, Nivaldo Santana. “Quase 90% dos presentes eram sindicalistas e em sua maioria dirigentes de entidades sindicais (de todos os níveis), bem como dirigentes partidários.”

Confira abaixo o texto de apresentação da revista.

Renato Rabelo: trabalhadores são a “força-motriz” das mudanças

A iniciativa de publicação dos debates e conclusões do 4º Encontro Sindical Nacional, realizado em Salvador neste primeiro semestre de 2011, contribuirá em muito para avançar a consciência transformadora do movimento sindical e dos trabalhadores no Brasil. Participei como presidente nacional do PCdoB deste importante encontro que considero um marco fundamental no processo de construção da corrente avançada, classista e socialista, entre os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.

E para que isso seja possível, conclamei os trabalhadores – em minha intervenção naquele evento – a defenderem as reformas necessárias para que o Brasil se torne um país mais justo, com mais oportunidades. Neste sentido, dei ênfase à defesa de um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento para o nosso país e à necessidade de persistir na democratização crescente da sociedade brasileira.

Democratizar a sociedade é universalizar a educação e a saúde de qualidade e fazer com que todos tenham moradia. Estas são questões básicas e estruturantes. Ao ressaltar a importância da participação dos trabalhadores neste processo de transformação do país, entretanto, o PCdoB defende a união em torno de bandeiras unitárias. Os trabalhadores são a força-motriz do aprofundamento das mudanças no país, rumo ao socialismo.

Como se pode ver neste livreto, várias lideranças sindicais, parlamentares e dirigentes do partido de diversas partes do país participaram do evento e ressaltaram a relevância de se debater a atuação do PCdoB no movimento sindical, que sempre foi um dos principais pilares do Partido. O encontro reuniu lideranças sindicais de todos os estados para debater e atualizar a política sindical do Partido.

Em minha participação na plenária, fiz uma análise sobre a situação política do país após os dois governos do ex-presidente Lula e reafirmei a importância de dar sustentação para o sucesso do atual governo da presidente Dilma Rousseff, para garantir os avanços conquistados a partir do ciclo político inaugurado por Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003 até o momento. Lembrei, no entanto, ser preciso também avançar ainda mais e garantir um crescimento mais acelerado do país.

É preciso considerar ainda que para vencer o desafio do desenvolvimento nacional é urgente um desenvolvimento mais forte e acelerado. Ou seja, nós não podemos resolver os grandes problemas nacionais, sociais, os grandes problemas do nosso país com um desenvolvimento medíocre – com o desenvolvimento contido. Temos de perseguir um crescimento da ordem de pelo menos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) anual, para 6%, 7%. Este não é um objetivo qualquer. Esta é uma condição para que possamos enfrentar nossos grandes problemas.

Citei como exemplo a República Popular da China, que se transformou em uma grande potência econômica mundial praticamente em 30 anos, isto crescendo a uma média de 10% ao ano. Vejam como crescer acelerado é fundamental para nossos objetivos de desenvolvimento nacional. E, para isso, é preciso investimentos muito maiores.

Nossas taxas de investimentos ainda são muito pequenas, quase raquíticas. Estamos ainda em uma faixa de investimentos da ordem de 20%. Defendemos que a taxa seja de pelo menos 25% a 27% do PIB, para que possamos sustentar uma ordem de crescimento de 6% a 7% ao ano. São desafios muito importantes e que alimentam toda esta discussão sobre a política econômica atual, a política macroeconômica, a industrialização do país etc. São discussões importantes das quais temos participado. Buscamos dar a nossa contribuição.

O governo tem procurado ver como levar em conta a realidade atual, redirecionando a política macroeconômica. É uma questão que está em debate, para a qual o governo ainda busca uma saída para atender ao duplo objetivo de conseguir um desenvolvimento forte, acelerado e manter a estabilidade dos preços, contendo qualquer tentativa inflacionária. Este duplo objetivo é que é fundamental. Ao manter os preços estáveis e conter a inflação a todo custo simplesmente aumentando juros, o desenvolvimento empaca. Foi o que aconteceu em nosso país durante décadas.

O Brasil passa hoje por transformações importantes. Não são aquelas transformações – ainda que poderíamos considerá-las de fundo – defendidas pelos comunistas. Mas é um passo importante, porque nos dois mandatos do governo Lula foi possível tirar milhões de brasileiros da pobreza e propiciar o crescimento a setores médios da sociedade.

Grandes desafios ainda estão pela frente. A encruzilhada do desenvolvimento está para ser definitivamente desbravada e o movimento dos trabalhadores é um vetor fundamental para o avanço social, político e econômico do país.

Download Baixe a Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB

Balanço da Gestão da UNE 2010 - 2011

Reforma tributária: imposto para quem e para o quê? - Portal Vermelho

Reforma tributária: imposto para quem e para o quê? - Portal Vermelho

Reforma tributária: imposto para quem e para o quê?

O pagamento de impostos sempre foi um tema tenso entre governos, empresários e trabalhadores. Para debater esta questão é que a equipe doVermelho produziu este quarto vídeo da série Reformas Democráticas. Nele você vai saber quem paga mais impostos no país e como é possível fazer uma reforma tributária que garanta mais desenvolvimento e igualdade social. Com seis partes, a série aborda as mudanças estruturais necessárias para que o país continue avançando.



Veja as demais partes da série Reformas Democráticas:
-Parte 1: Reforma Urbana
-Parte 2: Reforma da Educação
-Parte 3: Reforma da Mídia
-Parte 5: Reforma Agrária
-Parte 6: Reforma Política

Asssista aqui mais Vídeos Nossos.

Leia mais:
-Reforma tributária: Dilma anuncia "fracionamento" de projetos
-Resolução do Comitê Central do PCdoB sobre a situação econômica
-CUT realiza seminário internacional sobre reforma tributária
-Paim propõe negociar redução da jornada com redução de encargos
-CMS mobiliza por reformas estruturais e mudanças na economia

Qual a reforma política que pode ampliar a democracia no Brasil? - Portal Vermelho

Qual a reforma política que pode ampliar a democracia no Brasil? - Portal Vermelho

Qual a reforma política que pode ampliar a democracia no Brasil?

A disputa entre ampliar ou restringir a democracia é o centro da reforma política em debate no Congresso Nacional. No último vídeo da série Reforma Democráticas, você vai conhecer as propostas que defendem uma reforma que garanta a liberdade de opinião e o combate à corrupção. Produzida pela equipe do Vermelho, a série entrevistou 33 pessoas em 20 dias, totalizando 7 horas de gravação. O esforço foi de popularizar temas estruturais para que Brasil avance ainda mais.



Veja as demais partes da série Reformas Democráticas:
-Parte 1: Reforma Urbana
-Parte 2: Reforma da Educação
-Parte 3: Reforma da Mídia
-Parte 4: Reforma Tributária
-Parte 5: Reforma Agrária

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Conheça Valdemar, pequeno agricultor que luta por reforma agrária - Portal Vermelho

Conheça Valdemar, pequeno agricultor que luta por reforma agrária - Portal Vermelho

No quinto vídeo da série Reformas Democráticas, você vai conhecer a história de Valdemar, um pequeno agricultor que luta pela reforma agrária enquanto sobrevive diante do agronegócio. Descubra ainda que, mais do que distribuir terras, é preciso garantir crédito para os trabalhadores do campo, além de uma ocupação preocupada com o desenvolvimento sustentável e o meio ambiente. A série produzida pela equipe do Vermelho conta com seis vídeos sobre mudanças estruturais para o Brasil.



Veja as demais partes da série Reformas Democráticas:
-Parte 1: Reforma Urbana
-Parte 2: Reforma da Educação
-Parte 3: Reforma da Mídia
-Parte 4: Reforma Tributária
-Parte 6: Reforma Política

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Para um novo Brasil é preciso fazer a reforma da mídia - Portal Vermelho

Para um novo Brasil é preciso fazer a reforma da mídia - Portal Vermelho

Para um novo Brasil é preciso fazer a reforma da mídia

No terceiro vídeo da série Reformas Democráticas, você vai saber porque os meios de comunicação estão nas mãos de poucas famílias, o papel da internet na democratização da comunicação e o que propõem aqueles que defendem uma mídia livre. Produzida pela equipe do Vermelho, a série conta com seis vídeos temáticos sobre as reformas estruturais necessárias para que o Brasil continue se desenvolvendo e avance nas mudanças.



Veja também os demais vídeos da série Reformas Democráticas:
-Parte 1: Reforma Urbana
-Parte 2: Reforma da Educação
-Parte 4: Reforma Tributária
-Parte 5: Reforma Agrária
-Parte 6: Reforma Política

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Reforma da Educação: um caminho para transformar o Brasil - Portal Vermelho

Reforma da Educação: um caminho para transformar o Brasil - Portal Vermelho

No segundo vídeo da série Reformas Democráticas você vai saber porque nossas escolas se parecem tanto com presídios, as propostas de especialistas sobre como fazer uma reforma da educação e a importância estratégica desta área para mudanças estruturais no Brasil. A série produzida pela equipe do Vermelho tem seis vídeos temáticos, de cerca de seis minutos cada, com os melhores momentos de sete horas de gravação.



Veja as demais partes da série:
-Parte 1: Reforma Urbana
-Parte 3: Reforma da Mídia
-Parte 4: Reforma Tributária
-Parte 5: Reforma Agrária
-Parte 6: Reforma Política

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Brasil só avança com Reformas Democráticas - Portal Vermelho

Brasil só avança com Reformas Democráticas - Portal Vermelho

A precarização tem rosto de mulher - Portal Vermelho

A precarização tem rosto de mulher - Portal Vermelho

Deve haver infinitas explicações para o fato de a mulher levar sempre a pior na cena histórica através dos tempos. A fragilidade física, sem dúvida, está entre os motivos para a violência e exploração. Seja como for, não adianta avançar nessa direção porque a nossa discussão é outra: em 2009, o grupo de mulheres Pão e Rosas se constituiu como movimento a favor das mulheres e, entre suas bandeiras, está um “não” maiúsculo à terceirização.

Para essas militantes incansáveis “a precarização tem rosto de mulher”. Esta conclusão foi uma das motivações para o livro de mesmo título organizado por Diana Assunção. Os artigos demonstram que a precarização do trabalho atinge esmagadoramente a mulher, leia trechos a seguir:

“A precarização do trabalho, chamada de terceirização, atinge toda a classe trabalhadora, mas está mais presente entre nós, mulheres. Isto porque a mão-de-obra feminina, sendo considerada por nossa sociedade capitalista como inferior à masculina, recebe salários menores e este fato serve como pretexto para que o salário de toda a classe trabalhadora seja rebaixado.

Nós, mulheres, ocupamos os postos de trabalho mais precarizados, com menor remuneração e com serviços que são, em sua maioria, extensão do serviço doméstico. Além desse trabalho realizado em condições desumanizadoras, estas trabalhadoras ainda possuem sob sua responsabilidade o serviço doméstico e o cuidado da família, realizando uma dupla jornada.

De acordo com os dados do Ipea, as mulheres chefes de família e com filho trabalham cerca de 13 horas semanais a mais que os homens na mesma situação, realizam 30 horas semanais de trabalho não remunerado, ou seja, trabalho doméstico, e isso é três vezes mais do tempo gasto pelos homens na realização das mesmas tarefas.

É importante ressaltar que este trabalho feito em casa é essencial para o funcionamento do capitalismo, pois irá garantir a manutenção da força de trabalho: um trabalhador precisa se alimentar, ter sua roupa lavada, passada, viver em um local limpo, caso contrário não poderá ir trabalhar e tudo isso é garantido dentro de casa, pela mulher, num papel que lhe é socialmente atribuído.

Estas trabalhadoras, ao contrário do que muitos dizem, não realizam funções secundárias dentro da universidade, são parte dela e são essenciais para o seu funcionamento. Contudo, sabemos que embora suas tarefas sejam essenciais para o funcionamento da universidade, a estes trabalhadores e aos seus filhos nunca será dada a oportunidade de ingressar na universidade com outro papel que não este.

De acordo com os dados do Inep apenas cerca de 3,5% da população brasileira tem acesso ao ensino superior. O rendimento médio per capita da população é de 1,3 salários mínimos, já o dos estudantes da Unicamp é o dobro disso, 3 salários mínimos. No caso do curso de economia, um dos mais elitizados, essa renda média salta para cerca de 4,5 salários mínimos por pessoa da família.

Além disso, o conhecimento que é aqui gerado não retorna como benefícios para esses trabalhadores, ao contrário, são vendidos para as transnacionais em acordos com a reitoria e o governo do Estado, em troca de financiamento de laboratórios, festas, atléticas, intercâmbios aos estudantes, estágios. Estas são as mesmas transnacionais e empresas –representantes do imperialismo– que (como bem estudamos no nosso curso) no início dos anos 80, sob o pretexto de se ajustar a um ambiente instável de crise – gerada por elas – flexibilizaram, racionalizaram e terceirizaram a sua produção, aumentando os seus lucros por meio da superexploração dos trabalhadores em todo mundo, mas principalmente nos países subdesenvolvidos.

Estes trabalhadores e, principalmente estas trabalhadoras, mulheres, que sentem sobre si o peso da dupla exploração, dentro e fora de casa, não estão calados. Vimos as manifestações dos trabalhadores terceirizados em Jirau contra as condições precaríssimas de trabalho, numa obra em construção do grandioso PAC, que teve como resposta do governo federal o envio da Força de Segurança Nacional.

E mais perto de nós, na USP, as trabalhadoras terceirizadas da limpeza também realizaram uma greve porque estavam trabalhando ser receber salário já havia três meses, um fato que era agravado pela razão da firma ter declarado falência. Uma greve que, no início, reivindicava apenas recebimento dos salários, transformou-se em uma luta contra a terceirização e pela efetivação sem concurso público dessas trabalhadoras, bandeira levantada também por nós do Pão e Rosas, pois se o objetivo do concurso público é provar a capacitação dessas trabalhadoras para exercerem as suas funções, a maior prova que podemos ter é o fato daquelas já as exercerem.

O apoio do SINTUSP (Sindicato dos funcionários da USP) e dos estudantes (que foram chamados pelas trabalhadoras a saírem das salas de aula e lutarem com elas) teve como resultado o pagamento dos seus salários pela Reitoria da USP, apesar de não terem sido efetivadas.

É importante ressaltar que a Reitoria da USP a princípio tinha se negado a pagar estes direitos às trabalhadoras, sob a alegação de que isso era de responsabilidade da empresa que as contrataram, contudo, em razão das mobilizações, dos piquetes, dos atos e manifestações, da lutas destas trabalhadoras em aliança com os estudantes esse pagamento foi arrancado da Reitoria.

Nós, do grupo de mulheres Pão e Rosas, acreditamos que diante dessa realidade não adianta lutarmos sozinhas, é necessário que nós, mulheres, nos organizemos, para que juntas, nos aliando com os setores mais oprimidos da sociedade, consigamos exigir e arrancar os nossos direitos, tal qual nos ensinaram as trabalhadoras terceirizadas da USP.

Por redação com movimento Pão e Rosas e referências do livro A precarização tem rosto de mulher, Organizado por Diana Assunção - Editora ISKRA, 2011

Enfim uma boa nova: Brasil decide apoiar palestinos na ONU e irrita Israel - Portal Vermelho

Brasil decide apoiar palestinos na ONU e irrita Israel - Portal Vermelho

O governo Dilma Rousseff já se decidiu: em setembro, quando a Autoridade Palestina pedir para se tornar o 194.º país-membro da ONU, terá o voto brasileiro. A garantia de apoio foi passada ao presidente palestino, Mahmoud Abbas, por um mensageiro especial de Dilma, Luiz Inácio Lula da Silva, há menos de um mês. Lula prontificou-se ainda a pessoalmente ajudar Ramallah a conquistar votos de países em desenvolvimento.

Israel, do outro lado, tenta agora uma ofensiva para "contenção de danos". Dois integrantes do primeiro escalão do governo estão a caminho do Brasil. Um deles, Moshe Yaalon, vice do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, solicitou um encontro com Dilma - que deverá ser recusado pelo Planalto.

Os israelenses sabem que ao final não conseguirão reverter a decisão brasileira, mas querem evitar que Brasília "puxe votos" contra Israel.

"O objetivo do Brasil é ajudar a criar um fato político que empurre israelenses e palestinos para uma negociação direta. Do jeito que está, o conflito tende a se eternizar", explicou ao Estado o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia. "A questão palestino-israelense é o foco de desestabilização do Oriente Médio", defendeu Garcia.

Em entrevista ao Estado de S. Paulo, o chanceler Antonio Patriota havia indicado que o Brasil "não terá dificuldades em votar a favor" do reconhecimento do Estado palestino pelas Nações Unidas.

Dilma discursará na sessão anual da Assembleia-Geral da ONU, quando virá à baila a questão. Ela será a primeira a subir à tribuna em Nova York, conforme a tradição que, desde 1947, reserva ao Brasil a abertura dos discursos de chefes de Estado, ministros e demais autoridades nacionais na plenária.

O reconhecimento dos palestinos pela ONU, porém, deverá passar ainda pelo Conselho de Segurança, onde provavelmente acabará vetado pelos EUA.

Com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Altamiro Borges - Artigo de Celso Amorim: O complexo de vira-lata da elite nativa

Altamiro Borges: O complexo de vira-lata da elite nativa


O complexo de vira-lata da elite nativa

Por Celso Amorim, na revista CartaCapital:


Até os jornais brasileiros tiveram de noticiar. Uma força-tarefa criada pelo Conselho de Relações Exteriores, organização estreitamente ligada ao establishment político/intelectual/empresarial dos Estados Unidos, acaba de publicar um relatório exclusivamente dedicado ao Brasil - pontuado de elogios e manifestações de respeito e consideração. Fizeram parte da força-tarefa um ex-ministro da Energia, um ex-subsecretário de Estado e personalidades destacadas do mundo acadêmico e empresarial, além de integrantes de think tanks, homens e mulheres de alto conceito, muitos dos quais estiveram em governos norte-americanos, tanto democratas quanto republicanos.





O texto do relatório abarca cerca de 80 páginas, se descontarmos as notas biográficas dos integrantes da comissão, o índice, agradecimentos etc. Nelas são analisados vários aspectos da economia, da evolução sociopolítica e do relacionamento externo do Brasil, com natural ênfase nas relações com os EUA. Vou ater-me aqui apenas àqueles aspectos que dizem respeito fundamentalmente ao nosso relacionamento internacional.


Logo na introdução, ao justificar a escolha do Brasil como foco do considerável esforço de pesquisa e reflexão colocado no empreendimento, os autores assinalam: “O Brasil é e será uma força integral na evolução de um mundo multipolar”. E segue, no resumo das conclusões, que vêm detalhadas nos capítulos subsequentes: “A Força Tarefa (em maiúscula no original) recomenda que os responsáveis pelas políticas (policy makers) dos Estados Unidos reconheçam a posição do Brasil como um ator global”.


Em virtude da ascensão do Brasil, os autores consideram que é preciso que os EUA alterem sua visão da região como um todo e busquem uma relação conosco que seja “mais ampla e mais madura”. Em recomendação dirigida aos dois países, pregam que a cooperação e “as inevitáveis discordâncias sejam tratadas com respeito e tolerância”. Chegam mesmo a dizer, para provável espanto dos nossos “especialistas” – aqueles que são geralmente convocados pela grande mídia para “explicar” os fracassos da política externa brasileira dos últimos anos – que os EUA deverão ajustar-se (sic) a um Brasil mais afirmativo e independente.


Todos esses raciocínios e constatações desembocam em duas recomendações práticas. Por um lado, o relatório sugere que tanto no Departamento de Estado quanto no poderoso Conselho de Segurança Nacional se proceda a reformas institucionais que deem mais foco ao Brasil, distinguindo-o do contexto regional. Por outro (que surpresa para os céticos de plantão!), a força-tarefa “recomenda" que a administração Obama endosse plenamente o Brasil como um membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. É curioso notar que mesmo aqueles que expressaram uma opinião discordante e defenderam o apoio morno que Obama estendeu ao Brasil durante sua recente visita sentiram necessidade de justificar essa posição de uma forma peculiar.


Talvez de modo não totalmente sincero, mas de qualquer forma significativo (a hipocrisia, segundo a lição de La Rochefoucault, é a homenagem que o vício paga à virtude), alegam que seria necessária uma preparação prévia ao anúncio de apoio tanto junto a países da região quanto junto ao Congresso. Esse argumento foi, aliás, demolido por David Rothkopf na versão eletrônica da revista Foreign Policy um dia depois da divulgação do relatório. E o empenho em não parecerem meros espíritos de porco leva essas vozes discordantes a afirmar que “a ausência de uma preparação prévia adequada pode prejudicar o êxito do apoio norte-americano ao pleito do Brasil de um posto permanente (no Conselho de Segurança)”.


Seguem-se, ao longo do texto, comentários detalhados sobre a atuação do Brasil em foros multilaterais, da OMC à Conferência do Clima, passando pela criação da Unasul, com referências bem embasadas sobre o Ibas, o BRICS, iniciativas em relação à África e aos países árabes. Mesmo em relação ao Oriente Médio, questão em que a força dos lobbies se faz sentir mesmo no mais independente dos think tanks, as reservas quanto à atuação do Brasil são apresentadas do ponto de vista de um suposto interesse em evitar diluir nossas credenciais para negociar outros itens da agenda internacional. Também nesse caso houve uma “opinião discordante”, que defendeu maior proatividade do Brasil na conturbada região.


Em resumo, mesmo assinalando algumas diferenças que o relatório recomenda sejam tratadas com respeito e tolerância, que abismo entre a visão dos insuspeitos membros da comissão do conselho norte-americanos - e aquela defendida por parte da nossa elite, que insiste em ver o Brasil como um país pequeno (ou, no máximo, para usar o conceito empregado por alguns especialistas, “médio”), que não deve se atrever a contrariar a superpotência remanescente ou se meter em assuntos que não são de sua alçada ou estão além da sua capacidade. Como se a Paz mundial não fosse do nosso interesse ou nada pudéssemos fazer para ajudar a mantê-la ou obtê-la.

Altamiro Borges: Crise na Europa: alerta para Dilma

Altamiro Borges: Crise na Europa: alerta para Dilma

Crise na Europa: alerta para Dilma

Por Maurício Caleiro, no blog Cinema & Outras Artes:

A expansão e o agravamento da crise econômica na Europa, com desemprego galopante, recrudescimento da xenofobia e perspectiva de caos social ante os efeitos do receituário neoliberal deveriam servir, no Brasil, como um alerta aos rumos do governo Dilma Rousseff.



Capitalismo midiático

A mídia corporativa permanece atrelada ao projeto neoliberal ao qual aderiu desde que o muro de Berlim ruiu, numa aliança que transcende qualquer fervor ideológico e encontra sua justificativa no fato de o receituário derivado do Consenso de Washington priorizar a multiplicação do capital em detrimento do atendimento a demandas sociais. E mídia e capital, nos dias de hoje, fazem parte de uma simbiose cuja finalidade principal é o acúmulo de poder e de divisas.

Esse posicionamento da mídia gera vicissitudes significativas, impeditivas do exercício do bom jornalismo: em termos de cobertura internacional, significa uma chancela ao receituário recessivo, defensor do Estado mínimo, forjado pelo neoliberalismo, bem como o esforço para desqualificar entes políticos que neste não se enquadrem ou a ele se oponham.

Vozes do mercado

A cobertura que a Rede Globo tem fornecido em relação à crise na Grécia é altamente ilustrativa a esse respeito: o povo, a protestar violentamente nas ruas contra o que entende como uma afronta a seus direitos, é tratado como um ingênuo: "Será que eles sabem o que vai acontecer se a Grécia der o calote?", pergunta Leilane Neubarth, antes de um daqueles seres engravatados e seriíssimos que personificam o mercado assegurar que, independentemente da decisão do parlamento grego (que a semana passada aprovou o tal plano econômico) os bancos e o FMI já haviam se decidido a "ajudar a Grécia". Trata-se de uma "ajuda" que reduz em dois terços as aposentadorias e viola direitos constitucionais, mas isso não é mencionado.

Agora é Portugal quem tem seus títulos da dívida pública rebaixados, por uma agência de classificação de risco, para a categoria “junk” – ou seja, lixo, na tradução sem hipocrisia de Rodrigo Viana. Embora noticie com gravidade tal rebaixamento, a mídia corporativa, uma vez mais, deixa de fazer sua obrigação e “se esquece” de questionar o porquê dessas mesmas agências não terem previsto a crise das hipotecas nos EUA, que levou tantos investidores à bancarrota e está no cerne da presente crise econômica mundial, e nem porque os próprios EUA, que há dezenas de meses não conseguem sair do buraco em que se meteram, a despeito de um estrilho teatral, continuam a receber bons graus de investimento.

A mídia não o faz, desnecessário dizer, porque tanto quanto tais agências de classificação de risco são uma criação do próprio mercado financeiro - em aliança com os países ricos -, para imposição de seus próprios ditames, os meios de comunicação se transformaram, nas últimas décadas, em correia de transmissão do financismo internacional, instrumentalizado para, como observa Muniz Sodré, naturalizar, difundir e assegurar a hegemonia da economia neoliberal de mercado.

Outro mundo é possível?

Enfrentar os grandes grupos de mídia e buscar soluções que preservem direitos humanitários para a crise de endividamento de economias nacionais, contrapondo-se assim à ditadura do pensamento único que as corporações financeiro-midiáticas tentam impingir, são, portanto, medidas imprescindíveis na agenda da esquerda mundial.

É preciso levar em conta tais fatores para contextualizar corretamente a decepção que o governo Dilma vem causando a setores cada vez mais volumosos da esquerda brasileira. Pois, herdeira e continuação de um governo que, em plena crise econômica mundial, ousou ir na contramão e apostar na expansão do crédito, na ampliação dos programas sociais e no fortalecimento do Estado, esperava-se da mandatária que comandasse, tanto no contexto nacional quanto no âmbito de sua liderança internacional, o aprofundamento de um modelo alternativo ao neoliberalismo.

Promessas ao léu

Trata-se de uma possibilidade perdida, pois o que se vê, de fato, é uma inação condescendente aos desígnios do mercado, traduzida em uma série significativa de incompatibilidades entre promessas e ação:

1. Ao contrário do que foi prometido em campanha, sacrifícios no orçamento para atingir superávits tão volumosos quanto desnecessários;

2. Ao contrário do que foi prometido em campanha, a volta das privatizações, agora acompanhada da moda – estranhíssima em uma democracia – dos contratos sigilosos;

3. Ao contrário de uma campanha que prometia prioridade à educação, a contenção de despesas relativas às novas universidades federais, abastecidas de professores temporários com salários de substitutos e direitos trabalhistas precários, ao invés dos mestres e doutores que estudaram anos e anos para cumprir tal função;

4. Diferentemente do prometido em campanha (e exaustivamente repetido pelo ministro Paulo Bernardo), um PNBL fajuto, feito com internet móvel “onde não for possível instalar internet fixa” e sem possibilidade efetiva de controle (e punição em caso de não-cumprimento do previsto) por conta do governo. Ou seja, perfeitamente de acordo com as premissas que os neoliberais adoram: tudo na mão da iniciativa privada e sem possibilidade de intervenção do Estado.

Governo de centro-esquerda?

Nesse cenário, Dilma Rousseff permanece impassível enquanto a oposição e os setores mais conservadores da mídia praticam o costumeiro jogo de derruba-ministros. O que muitos vêem de forma positiva, como uma postura cool e finamente discreta da presidente, tem, na verdade, gerado um vácuo e um silêncio que vêm sendo espertamente ocupados por vozes do mercado financeiro, que voltaram a ter, hoje em dia, o protagonismo midiático do qual desfrutaram até o final do primeiro governo Lula.

Ou seja, a hegemonia discursiva já está de novo na mão do neoliberalismo - resta saber, levando em conta que setores crescentes do funcionalismo público acenam com protestos e greves, se e o que Dilma vai fazer quando a insatisfação crescente dos que a apoiaram vier à tona: se dizer a que, enfim, o seu governo alegadamente de centro-esquerda veio, ou fechar com o conservadorismo velho de guerra que deu o tom de seu primeiro e decepcionante semestre à frente do país.

A disputa da agenda segue bruta - Paulo Vinícius

Charge no Correio Braziliense de domingo 24-07-2011
É... manhã de domingo azeda ao ler o Correio Braziliense. O PIG e o hegemonismo são maus conselheiros. Semana passada o COPOM aumentou novamente os juros numa decisão 
ABSURDA.

E a agenda é clara: propõe-se a Dilma abandonar o desenvolvimento, assumir em vez da presidência, a gerência - eu já vi isso de 1994 a 2002. O discurso anticorrupção é meramente retórico, incapaz de descer às raízes de classe do problema. 44,93% do orçamento da União 
para os especuladores não é corrupção, mas responsabilidade fiscal.
E aqui, dá para ver os ratos de verdade?

O governo, assim fica desarmado de recursos para o desenvolvimento, a defesa, a educação e o trabalho. Em plena crise do capitalismo, causada pela farra dos banqueiros, sem qualquer responsabilidade fiscal de ninguém, o Brasil assume um bom mocismo diante da banca que é 
irmão siamês da subserviência mais estúpida.

Em outro flanco, passam a qualificar a aliança como "O" problema. Não tenho duvida que é o problema deles, por isso tem de a detonar. O problema na aliança, na verdade, é sobretudo  o por quê a fizemos e quem a nucleia. Chegam a colocar um trenzinho com Dilma retratada com ratos sórdidos na garupa... E em meio à defesa de uma Reforma Política conservadora.

Na verdade, o que se gesta é o isolamento do governo, fazê-lo refém da agenda supostamente "ética" e ofertar ao PT a tentadora proposta da direita para que a esquerda se 
resuma a um ou dois partidos apenas, e o sistema político a cinco ou seis opções...

Sem iniciativa política não se muda o Brasil. O povo tem de mostrar força nesse AGOSTO VERDE AMARELO DE LUTAS. Maiores são os poderes do povo mobilizado, acreditem. Gente na rua muda a pauta, e é preciso mudá-la. E precisamos aparecer por nós mesmos e pensar por nossas próprias cabeças. Como pudemos ganhar a eleição, e chegar já no sétimo mês de governo no corner da agenda política do neoliberalismo, tendo como pautas prioritárias inflação, corrupção e corte de gastos? Como o aprofundamento das mudanças se converte em uma Reforma Política Conservadora e em propostas de terceirização e em abandono da CLT? Tudo tem limite.

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