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sábado, 29 de outubro de 2011

Queima de arquivo - Valdemar Menezes analisa assassinato de Kadafi na Adital

Valdemar Menezes
Jornalista, analista político
Adital


A execução de Muammar Kadhafi, segundo é corrente nos meios informados, foi uma operação planejada com muita antecedência. As potências ocidentais não queriam que ele tivesse uma tribuna de onde pudesse falar sobre acertos constrangedores, no passado, com seus atuais carrascos. Quando foram encontrados os arquivos secretos, no seu palácio, revelando as operações conjuntas com serviços de inteligência dos Estados Unidos e países europeus, sua sentença de morte teria sido definida. Não se deveria dar oportunidade para ele revelar tais segredos diante de um Tribunal Penal Internacional. Daí porque os aviões da Otan foram empregados para matá-lo, quando fugia do cerco de seus inimigos num comboio. Caso escapasse, os rebeldes se encarregariam de completar o serviço - como de fato aconteceu. Só que a ação da Otan foi totalmente ilegal. Aliás, toda a sua intervenção, nos moldes em que se deu, violou os limites do mandato recebido do Conselho de Segurança da ONU. O cinismo e o descaramento, já observados no Iraque, no Afeganistão e no Paquistão (vide a morte e o desaparecimento do cadáver de Osama Bin Laden) repetiram-se agora, na justificativa da operação contra o dirigente líbio.

TRAVE NOS OLHOS

Agora que Kadhafi foi acolhido (quer se queira ou não) no panteão dos mártires da causa árabe, se transformará, provavelmente, numa grande força simbólica a alimentar a luta dos que são movidos pela defesa do interesse nacional. Muito pior (do ponto de vista moral) do que o primitivismo de seu regime é o escândalo de se flagrar um Estado que se diz democrático e civilizado, como os EUA, torturando prisioneiros, instalando prisões clandestinas, bombardeando populações civis e liberando seu serviço secreto para assassinar desafetos (chefes de estado, lideranças políticas e comunitárias estrangeiras) sem que seus dirigentes sejam julgados por crimes contra a humanidade, como, aliás, pede a Anistia Internacional. Por que deixar de acentuar também que a Líbia apresentava o mais alto IDH da África (sem que isso absolva os crimes do regime derrubado)?

AÇODAMENTO

Uma denúncia contra o PCdoB é um prato feito para todos os preconceitos arraigados contra os comunistas e a esquerda em geral. Faltou apenas esperar pelas provas, antes de se tentar desmoralizar um dos mais respeitáveis partidos do Brasil, com uma história de 90 anos (se tomada como referência a data de fundação também reivindicada pelo PCB) de dedicação à causa da justiça social (e que pagou um alto preço em termos morte, tortura e exílio de vários quadros por conta desses ideais). Claro, nenhum partido sério é absolutamente imune a uma traição pelas costas, cometida por algum integrante mal intencionado ("plantado” ou não). Mas, os açuladores contra os comunistas se traem em seu açodamento exagerado. Mandam às favas a presunção de inocência, e ainda se apresentam como guardiães do Estado Democrático de Direito. É por essa e por outras que eles têm naufragado fragorosamente no empenho de levar gente à rua contra o atual governo, sob o pretexto de combater a corrupção. Não têm credibilidade.

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