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sábado, 22 de maio de 2010

Cúpula da UE e FMI incitam a luta de classes no velho continente - Umberto Martins

www.vermelho.org.br

Economia

21 de Maio de 2010 - 19h16


O presidente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, disse nesta sexta-feira (21) que a maioria dos governos do bloco apoia sanções mais duras para punir países que violaram os limites de déficit e da dívida. O contraste entre as orientações da cúpula europeia e do FMI, que fazem o jogo da oligarquia financeira, e os interesses da classe trabalhadora está exacerbando as contradições e a luta de classes no velho continente.

Por Umberto Martins

Enquanto a cúpula do bloco europeu discute regras mais severas, a crise ganha as ruas, com milhares de trabalhadores protestando na Espanha, Grécia e Portugal contra as medidas de arrocho anunciadas pelos governos.

Atenas parou

Na quinta (20), a Grécia foi palco de uma nova greve geral, a sexta neste ano. Uma passeata seguiu até o Parlamento, onde os manifestantes, dirigindo-se aos parlamentares, gritavam “saiam, ladrões”. Os trabalhadores protestam contra o governo e o FMI, que está por trás do pacote de ajuste que o governo social-democrata liderado pelo primeiro-ministro George Papandreou quer impor, a despeito da rejeição do povo trabalhador e da maioria da nação.

O pacote grego, no velho e reacionário estilo do Fundo Monetário Internacional, prevê corte de salários, elevação da idade mínima para aposentadoria, redução dos gastos públicos e aumento dos impostos. Não vai ajudar a recuperar a economia, pelo contrário, tende a agravar a crise, deprimindo o consumo e a produção.

A paralisação realizada na quinta foi convocada por sindicatos que representam 2,5 milhões de trabalhadores. Escolas e órgãos públicos não funcionaram, hospitais ficaram limitados ao atendimento essencial, o turismo foi afetado, assim como o transporte no céu e no mar.


Protesto em Atenas. O recado foi claro: a crise é dos ricos e eles é que devem pagar

Espanha e Portugal

Na Espanha, os trabalhadores deram início, também na quinta (20), a uma série de manifestações de rua que devem desembocar numa greve geral do setor público, que emprega 2,6 milhões de trabalhadores e trabalhadoras, convocada pelo movimento sindical para 8 de junho.

O governo social-democrata do país também anunciou duras medidas para combater o déficit fiscal, incluindo o corte de salários do funcionalismo (de até 7%) e congelamento das aposentadorias. Milhares de trabalhadores e trabalhadoras foram às ruas em Madri, Valência, Toledo e Santiago de Compostela nesta 5ª. “Trazer os tanques do Afeganistão e reduzir o financiamento da Igreja Católica são medidas que poderiam ser adotadas para diminuir o déficit, sem que aposentados e trabalhadores pagassem o pato”, desabafou o dirigente da União Geral dos Trabalhadores espanhóis, Rafael Espertero García.

A Central Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) também realizou várias manifestações ao longo dos últimos dias e tem concentrado sua energia na mobilização de um grande ato político em defesa dos direitos da classe trabalhadora dia 29 de maio em Lisboa. O dilema é o mesmo: o governo de José Sócrates, social-democrata como o grego e o espanhol e igualmente atolado na crise da dívida externa, apresentou um pacote semelhante ao de seus colegas, preconizando corte de salários e o retrocesso nas regras da aposentadoria.

Bem estar em xeque

A crise da dívida serviu de pretexto à direita europeia para desencadear uma feroz ofensiva contra a classe trabalhadora. Ressuscitaram o FMI e reativaram o neoliberalismo, tendo por objetivo final o desmantelamento do chamado Estado de Bem Estar Social, erigido no pós-guerra, durante os “anos dourados” do capitalismo, que contemplou bandeiras e lutas históricas do movimento sindical e dos partidos de esquerda.

A defesa dos direitos sociais é a ordem do dia do movimento sindical no velho continente e se contrapõe ao projeto das elites, que foi bolado basicamente “para proteger bancos alemães, e especialmente franceses, do cancelamento de dívidas”, conforme denunciou o ex-governador do Bundesbank (banco central da Alemanha), Karl Otto Pöhl, em entrevista à revista Der Spiegel.

Ampliando a crise

“No dia em que o pacote do resgate [no valor de 750 bilhões de euros] foi aprovado as ações dos bancos franceses subiram 24%. Ao olhar para tudo isto, pode-se ver realmente do que se trata – nomeadamente, de resgatar os bancos e os gregos ricos", declarou Pöhl. Falando durante a manifestação diante do Parlamento em Atenas, o desempregado grego Nikos Galiatsatos, resumiu o sentimento que anima os protestos da classe trabalhadora: “essas medidas estão destruindo tudo pelo que lutamos. Cadê as medidas contra o desemprego? Não fomos nós que criamos esta crise.”


O ex-governador do Bundesbank denunciou: "o pacote foi feito para salvar os bancos"

Os pacotes podem até se revelar eficazes para resgatar os bancos e os ricos. Em contrapartida, tende a ampliar a crise econômica, prolongando a recessão e obstruindo a recuperação com a redução da demanda, elevando o nível de desemprego e o descontentamento social. O acirramento da luta de classes, entre capital e trabalho, é outro notório óbice ao plano perverso das classes dominantes europeias. O povo busca nas ruas uma alternativa progressista, exigindo que os ricos paguem pela crise. Uma das medidas nesta direção é a moratória das dívidas externas, que vai na contramão dos interesses dos bancos da Alemanha e da França e dos ricaços da Europa.




Veja abaixo o vídeo da manifestação na Grécia:




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